Onde foi parar minha independência?

Meu maior luto após o nascimento do meu primeiro filho foi a sensação de perda de liberdade. E na segunda viagem com gêmeos, o que mais me doeu foi a perda da independência. Hoje quero numa sessão Dra. Su desabafa (inventada nesse instante) falar sobre isso com vocês. Sei que tem muitas mamães e tentantes por aqui, então espero que faça sentido para vocês.
 
Eu gosto muito de falar sobre o assunto maternidade, consumo muitos conteúdos e sempre que leio algum livro, vejo um vídeo, ouço algum podcast, fico com uma enorme vontade de dar o meu pitaco, com base na minha experiência. Opa, soa familiar isso na maternidade, será? Hehe.
 
No time das mães eu faço parte do grupo das pessimistas. E tenho dificuldade em entender como é que tem tanta mulher que não acha ruim tudo o que eu acho. Não é possível que exista uma mãe sem sobrecarga mental. E a culpa materna então? Pois sim, quando você entende que cada escolha sua é uma renúncia para os seus filhos, isso dói e traz culpa. Mesmo achando que você está fazendo o melhor dentro das suas possibilidades. E se não traz, amiga, bate um papinho com a sua terapeuta pra ter certeza que não tem poeira embaixo desse tapete.
 
Mas voltando à reflexão de hoje, deixa eu explicar como me sinto. Com 1 filho você perde a liberdade em relação a ele, talvez carregue seu novo piercing de mamilo 24h por dia, mas consegue ir para onde quiser. E se não quiser, é muito mais fácil pedir um favor para alguém cuidar, dar no colo da primeira pessoa que avista. Mas e com 2? Ou melhor, 3?
Vales night exigem 2 pessoas para substituir você e o maridão. Ir a uma aula à noite, implica em o marido ter que te cobrir e ainda ter que pedir pra babá vir. Quando você tá P da vida e quer sair batendo porta, não dá! Afinal de contas não pode deixar o outro em casa com os 3 filhos para espairecer. E logo eu que sempre prezei tanto pela independência, hoje dependo sempre de alguém.
 
Talvez pra você que está lendo, isso não pareça um grande problema, mas te dando o meu contexo, eu cresci ouvindo meus pais dizerem quão importante era ser independente. Sei que não era se referindo a esse contexto que eles falavam, mas pesa pra mim. Pesa a ideia de que eu não dou conta sozinha dos meus filhos. Nem de dia, nem de noite… E a Suelen dos idos longínquos de 2018 sem nenhum filho jamais teria qualquer desses pesos ou questionamentos. Então como é que não vou sentir esse luto? Como seguir leve na vida balançando vestido e cabelos ao vento enquanto carrego a consciência de todas as privações que surgiram após virar mãe? E olha que eu não carrego sozinha, tá? Maridão aqui é parceria forte. Mesmo assim o perrengue é brabo.
 
Ter filhos foi sem dúvidas uma das melhores coisas que me aconteceu na vida. Sou uma pessoa melhor após a maternidade. Mas aqui é o tal do “é justo que muito custe o que muito vale”. E tem dias como hoje que pagar o boleto assusta. 😅
 
Como eu disse, essa sessão é só de desabafo mesmo. Zero intenção ou “marque uma amiga que blablabla”, mas eu queria dividir com vocês, porque aposto que tem muita mulher que se sente assim e que tem muita tentante que não faz ideia de que existe esse lado não tão bonito na maternidade. É um “vem que a água tá gelada!”, mas se quiser ter filhos, vem mesmo assim.
 
E por hoje é só. Até o próximo desabafo, desapego, descarrego da Dra. Su.
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