Nesta semana, especialmente pelo mês Fevereiro Laranja, estamos conversando mais sobre leucemia.
Como você já deve saber, a leucemia é uma doença que surge por um defeito na fabricação das nossas células do sangue e essas células nascem lá na medula óssea, um tecido líquido gelatinoso que ocupa o interior dos nossos ossos.
E como fazemos para “trocar” a nossa medula óssea? É bem simples (contém ironia). É só matar todas células tronco existentes com uma quimioterapia bem forte e depois reinjetar novas células tronco.
Só de descrever já parece um tratamento agressivo, né? E o transplante alogênico, que é feito com outro doador de medula, é mesmo. Porque além dos riscos de uma quimioterapia altamente agressiva, ainda temos os riscos de rejeição do transplante, já que estamos injetando células estranhas dentro do nosso organismo.
Por isso o transplante de medula não é indicado para todo mundo. É um procedimento complexo e de alto risco. Você sabia que a taxa de mortalidade de um transplante de medula óssea alogênica pode chegar a 30%? Sim, 3 em cada 10 pessoas que recebem o transplante podem morrer por complicações do transplante.
E é exatamente devido ao alto risco do transplante de medula óssea que ele só é indicado para as leucemias que também são de alto risco. E quais seriam elas?
1 – Leucemias que têm mutações de alto risco
2 – Leucemias que não responderam à quimioterapia inicial
3 – Leucemias recaídas
Outra informação importante sobre o transplante alogênico de medula é que ele depende de um doador compatível. Porém você sabia que hoje em dia já é possível fazer o transplante com doadores apenas 50% compatíveis? Siiiiiim, isso existe! Demais, né? Isso aumentou muito a chance de encontrarmos um doador, já que a chance de encontrar um doador 100% compatível nos bancos de medula mundo afora é de 1 para cada 100mil!
E eu aproveito para lembrar: sejam doadores de medula óssea! Cadastrem-se. Vocês não têm ideia de como precisamos de mais doadores cadastrados e como isso realmente pode salvar uma vida.
Depois de sobreviver a um transplante, ainda temos que nos preocupar com as complicações pós transplante como rejeição, toxicidade das medicações imunossupressoras, etc. Mas essa conversa fica para outro dia. E fica para outro dia a conversa sobre transplante AUTÓLOGO de medula óssea que é muuuuito diferente de tudo o que eu descrevi acima, combinado?
Por hoje é só. Já está um expert em transplante agora? Ou ainda restou alguma dúvida?