Lembra que há pouco tempo te falei sobre doenças mieloproliferativas? Elas são aquelas doenças que surgem quando algo sai fora da normalidade na medula óssea, que começa a produzir células-tronco em uma quantidade muito maior do que o esperado.
Como as células-tronco são as responsáveis pela produção do nosso sangue, quando algo não está bem com elas, consequentemente não está bem com nosso sangue.
A Policitemia Vera faz parte do grupo de doenças mieloproliferativas. Os glóbulos vermelhos, que são os “transportadores” de oxigênio no sangue, passam a se multiplicar de forma descontrolada.
Mas você pode estar se perguntando: por que isso é tão ruim para o corpo?
Com o aumento do volume de glóbulos vermelhos, o espessamento (ou seja, grossura) do sangue também altera. Isso acaba gerando problemas circulatórios, que nem sempre apresentam sintomas rápidos.
Os sintomas são diversos. Por afetar a parte circulatória, o paciente pode ter:
Dores de cabeça
Aumento do tamanho do baço (esplenomegalia)
Hematomas pelo corpo
Sangramentos gengivais
Fadiga
Trombose intra-abdominal
Formigamentos
Não sabemos exatamente o motivo do surgimento da doença, mas estudos já mostram que mais de 95% dos pacientes apresentam uma alteração no gene JAK2, o que pode auxiliar no diagnóstico.
Para diagnosticar a Policitemia Vera, iniciamos com um exame de sangue comum para avaliarmos os componentes do sangue, como o volume de hematócrito e hemoglobina. Pedimos também, um mielograma, que é um exame feito para avaliar a medula óssea. Assim conseguimos identificar o excesso na produção de células-tronco.
Se não tratada, a Policitemia Vera pode evoluir com complicações como trombose, sangramento, alterações de sensibilidade nos nervos e essas alterações podem ser evitadas com o tratamento adequado. Infelizmente a Policitemia Vera pode também evoluir para outras doenças hematológicas como a Mielofibrose ou a Leucemia Mieloide Aguda e nesses casos o tratamento não consegue evitar a progressão, mas o diagnóstico ao primeiro sinal de evolução garante um tratamento mais precoce.
Hoje não falamos em um tratamento de cura para a doença, mas conseguimos um bom controle, evitando os sintomas que comentei.
Uma forma comum de tratar a doença em seu estágio inicial é com a flebotomia, que é a sangria, quando tiramos uma quantidade de sangue do paciente para livrá-lo de algum componente específico.
Já nos casos mais evoluídos, medicamentos como o quimioterápico Hidroxiureia (via oral) podem ser receitados. Uma outra medida de tratamento é o uso de aspirina, como AAS e Heparina, em doses baixas, pois eles afinam o sangue e evitam o risco de trombose. Para determinar qual o melhor tratamento somente com um hematologista familiarizado com o seu caso.
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