Lúpus e alterações no sangue

O Lúpus é uma doença autoimune, extremamente complexa. Se você já assistiu o seriado “Dr. House” certamente já ouviu falar e recentemente também a polêmica do uso da Cloroquina trouxe a doença à mídia.

A doença é inflamatória, complexa e pode acometer órgãos no corpo todo, por isso um diagnóstico correto e tratamento específico é fundamental para o controle da doença – e quem faz o diagnóstico e tratamento do Lúpus é o Reumatologista.

Mas, se a doença é responsabilidade do reumatologista, por que estou falando dela? 

Uma das manifestações do lúpus podem ser alterações no sangue. E é sobre isso que vamos falar hoje. 

Trombocitopenia de causa auto imune: 

A plaquetopenia (trombocitopenia) pode ocorrer por uma diminuição da produção das plaquetas lá na medula óssea ou ainda quando há uma grande destruição no sangue.

No caso do Lúpus, se o médico não investiga por exemplo o fator antinuclear (FAN) e os anticorpos específicos da doença, pode acabar diagnosticando de forma errônea como Púrpura Trombocitopênica Imunológica. Por isso, ouvir o paciente e analisar todos os os sintomas é fundamental para descartar outras doenças. 

Trombose: O Lúpus está associado a uma condição que chamamos de hipercoagulabilidade, que é quando o sangue coagula mais do que o normal, aumentando as chances de formar coágulos (trombos) e consequentemente a trombose.  

Anemia: A anemia de doença crônica/autoimune pode ser comum nos pacientes com lúpus. A mais comum é a anemia hemolítica, tipo de anemia autoimune que ocorre quando os anticorpos passam a destruir os  glóbulos vermelhos do sangue.

Lembre: o lúpus é o uma doença que atinge o corpo todo. Em doenças auto imunes, o nosso organismo passa a ter dificuldade para identificar o que são nossas próprias células (como os glóbulos vermelhos) ou o que são células invasoras. 

Leucopenia: Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, são as células que agem na defesa do nosso organismo, trabalhando para combater alergias, infecções. O número normal de leucócitos no sangue varia de 3.700 a 10 mil a cada mm³ (microlitro) de sangue em médio e quando há um número mais baixo do que o normal, chamamos de leucopenia. No lúpus podemos formar anticorpos contra os leucócitos. Doideira, né?

Condições de pele associadas: Muitas vezes pacientes que apresentam manchas não buscam um dermatologista e sim um hematologista, por pensarem ser algo no sangue. Então precisamos observar quando manchas vermelhas ou as famosas rash em formato de borboleta estão presentes junto com as alterações de sangue que comentei.

O médico precisa estar atento para quando as alterações sanguíneas não estão acompanhadas de alterações típicas de doenças hematológicas. Investigar o FAN (fator antinuclear) é fundamental para ligar o alerta da presença de uma doença autoimune e poder encaminhar para um reumatologista. 

E aí, vai dizer que não é interessante? Comenta abaixo o que você achou. Lúpus é uma doença bastante abrangente e sei que muitos pacientes se assustam com o diagnóstico. Mas com o acompanhamento correto, é possível ter uma vida saudável! 

Uncategorized

Onde foi parar minha independência?

Meu maior luto após o nascimento do meu primeiro filho foi a sensação de perda de liberdade. E na segunda viagem com gêmeos, o que

× Agende uma Consulta