Medula óssea: talvez você pense “mas de novo vamos falar sobre ela?”. Sim! Quando falamos em doenças do sangue, é quase impossível não citar a nossa fábrica de sangue – e todos seus componentes.
Não custa relembrar: nosso sangue é composto por três tipos de células: os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas. Quando ainda são “jovens”, essas células são chamadas de blastos.
A ordem natural do organismo é que os blastos amadureçam e sejam lançados na corrente sanguínea para exercerem suas funções. No entanto, às vezes ocorre das células não amadurecerem como o esperado e continuarem na fase de blastos, devido a erros acumulados ao longo da vida e acabarem proliferando de forma errada na medula óssea, comprometendo a função das células saudáveis, o que causa uma síndrome que chamamos de mielodisplasia, ou Síndrome Mielodisplásica (SMD).
De forma simples, classificamos a SMD em primária (acontece sem um fator que a gente possa identificar) ou secundária, que é induzida por fatores como uso de medicações tóxicas, quimioterapia, radiação, doenças sistêmicas, etc.
Na maior parte das vezes não conseguimos identificar um fator causal e sabemos que na maioria das vezes ela não é hereditária, ou seja, não passa dos pais para os filhos. Mas a medicina vem avançando e esperamos em breve poder identificar mais fatores de risco para poder tentar prevenir o surgimento da doença, ou pelo menos monitorar as populações de risco. A doença é mais comum em pacientes acima dos 60 anos e também em homens.
Apesar dos sinais e sintomas poderem ser confundidos com de outras doenças, fique atento se apresentar:
Fraqueza e cansaço
Palidez
Sangramentos sem causa aparente
Febre
Não ter sintomas também é bem frequente. Nesses casos a suspeita é feita por hemograma de rotina.
Diagnóstico e tratamento
Para realizar o diagnóstico, o primeiro exame pedido será um hemograma. O mielograma (exame da medula óssea) e biópsia da medula também são fundamentais para que a gente possa “bater o martelo” sobre o que está acontecendo e o exame de DNA nos ajuda a estabelecer o nível de agressividade da doença.
Confirmado o diagnóstico, existem algumas opções de tratamento:
No início, pode ser que seja apenas feito o acompanhamento médico, sem intervenções. Já em casos mais avançados, o transplante de medula óssea ou tratamento com quimioterapia podem ser indicados.
O diagnóstico da Síndrome Mielodisplásica assusta, até mesmo porque é preciso acompanhar para monitorar a possível evolução para um quadro de leucemia mieloide aguda – forma de câncer bastante agressiva na medula óssea. Já falamos dela aqui também.
Mas, com o acompanhamento médico e tratamento adequado, é possível dar qualidade de vida ao paciente. Isso é muito importante pois muitas vezes a doença ocorre em pacientes bastante idosos. Nesses casos (e sempre), devemos sempre lembrar de não tratar a doença e sim o paciente.
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